domingo, 24 de janeiro de 2010

Porque dor é universal Ou O Haiti é aqui

Com o perdão da informalidade me permito falar sobre a dor alheia.
Àqueles que já perderam alguém, algo ou uma virtude que lhe era cara, a dor do outro tem tradução.
Não tem dor que não seja universal e portanto HÁ que nos une, mesmo que esse o seja.
O engraçado é a dor do universo ser sempre dor maior do que a do planeta em que se vive.
Não deveria ser mais aprazível determinar-se a ajuda das lácteas estrelas se a dor dessa troposfera está instalada.
A dor Haitiana é legitima, mesmo a nós: país sem memória que não enxerga suas familias sem comida. É uma pena que a disposição em ajudar só vem da catástrofe.
Brasil?
Que Brasil?
Há um Brasil para cada um que pergunta. Há o Brasil que exporta café e mulatas. Há o Brasil que exporta música e riquezas naturais. Há também o Brasil que convida a visitação dos maiores museus de sujeira e descaso humanitário que já houve... e esse é o mesmo Brasil que exporta hospitalidade.
Dos benefícios sociais que ajudam sem apreguiçar e que resolvem sem resolver, os paliativos são a solução precária para problemas que precisam de soluções, mesmo que precárias.
Mas eis a aceleração do processo. Um terremoto.
Se a Terra tremesse em cada um dos sertões ou em cada uma das favelas brasileiras a ajuda desceria do cavalo e viria a jato.
Há legitimidade no Haiti. Sem dúvida, mas apenas para os que tem de comer aqui.
Porque ao Haiti daqui, que Brasil é esse?!

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